Na presença do rei
SÉRIE REFLEXÕES sobre o LIVRO DE NEEMIAS - TEXTO 2
27 jun 2021, 00h00
Neemias 2.1-8
Neemias passou quatro meses em um propósito de oração desde o dia em que ouviu as notícias sobre como estava Jerusalém – Neemias 1.1 No mês de quisleu, no vigésimo ano do reinado do rei Artaxerxes, eu estava na fortaleza de Susã; Neemias 2.1 No mês de nisã, no vigésimo ano do reinado do rei Artaxerxes, eu estava servindo vinho ao rei. Ele renovou o seu relacionamento com Deus e assumiu compromissos espirituais para servir com confiança e disposição para renúncias – Neemias 1.11 Ó Senhor, por favor, ouve a oração deste teu servo! Ouve as orações de teus servos que se agradam em te honrar. Peço que me concedas êxito hoje e que o rei me seja favorável. Nesse tempo, eu era copeiro do rei. Mesmo assim, diante do rei, Neemias temeu quando Artaxerxes percebeu que havia algo errado com ele – Neemias 2.2 O rei me perguntou: Por que está com o rosto tão triste? Você não parece doente. Deve estar profundamente angustiado. Fiquei com muito medo. Neemias temeu porque era uma ofensa, segundo a lei persa, ficar triste na presença do rei – Ester 4.2 Foi até a porta do palácio, mas ninguém que estivesse usando roupas de luto tinha permissão para entrar; Neemias 2.1b Nunca eu tinha estado triste em sua presença. Neemias também temeu porque o seu pedido poderia irritar o rei e receber por isso a morte como castigo – Ester 4.11 Todos os oficiais do rei, e até mesmo o povo das províncias, sabem que qualquer pessoa que se apresenta diante do rei no pátio interno sem ter sido convidada está condenada a morrer, a menos que o rei lhe estenda seu cetro de ouro. Ele receava que o rei não demonstrasse favor e misericórdia para com um servo agindo com ousadia. Da mesma forma, temos receio de que a vontade de Deus seja feita porque não podemos controlar o que Ele fará, quando Ele fará, como Ele fará e o resultado que poderá ser.
Porém, Deus tem seus meios de cumprir os seus objetivos, de forma que Ele não se sente frustrado, nem ficará limitado, se nos mostrarmos indiferentes. Mas, quando isso acontece, somos nós que perdemos. Precisamos confiar que Deus nos ajudará e nos dará sabedoria e coragem – Isaías 41:10,13 Não tenha medo, pois estou com você; não desanime, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; com minha vitoriosa mão direita o sustentarei. Pois eu o seguro pela mão direita, eu, o Senhor, seu Deus, e lhe digo: ‘Não tenha medo, estou aqui para ajudá-lo. Deus nos aconselhará – Salmo 32:8 O Senhor diz: Eu o guiarei pelo melhor caminho para sua vida, lhe darei conselhos e cuidarei de você. Depois de pedir a providência e a provisão de Deus, Neemias esperou no Senhor as oportunidades e agiu confiando que Deus faria o inesperado – Neemias 2.3-5 mas respondi: Que o rei viva para sempre! Como meu rosto não pareceria triste? A cidade onde estão sepultados meus antepassados está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. O que você deseja que eu faça, perguntou o rei. Depois de orar ao Deus dos céus, respondi: Se lhe parecer bem, e se o rei for favorável a mim, seu servo, peço que me envie a Judá para reconstruir a cidade onde meus antepassados estão sepultados. E você, continua aberto para o inesperado? Você está disposto a mudar sua vida para que Deus cumpra a Sua vontade? Quando Deus parece ausente, ele está presente. Neemias pediu ao rei que revertesse o primeiro decreto que ele havia assinado e que paralisou a obra de reconstrução em Jerusalém e o rei Artaxerxes aceitou o seu pedido – Neemias 2.6 O rei, com a rainha sentada ao seu lado, perguntou: Quanto tempo você ficará ausente? Quando voltará? Respondi ao rei quanto tempo ficaria ausente, e ele atendeu a meu pedido. Após alcançar o favor do rei, Neemias foi além e solicitou ao rei dois tipos de cartas:
1.Para ser entregue aos governadores da área, pedindo segurança ao passar por seus territórios – Neemias 2.7 Disse também: Se lhe parecer bem, gostaria que o rei me desse cartas para levar aos governadores da província a oeste do rio Eufrates, com instruções para que eles permitam que eu viaje em segurança por seus territórios até chegar a Judá. Neemias sabia que aqueles governadores eram inimigos do seu povo e de qualquer iniciativa de buscar o bem de Jerusalém, por isso, as cartas mostrariam a eles que o rei aprovava a sua presença naquele lugar, enquanto Deus fazia o que era impossível ao homem – Provérbios 16.7 Sendo o caminho dos homens agradável ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos.
2.Para ser entregue ao supervisor da floresta do rei, pedindo madeira para a reconstrução – Neemias 2.8a Peço ainda que o rei me dê uma carta para levar a Asafe, administrador da floresta real, com instruções para que me forneça madeira. Precisarei desse material para as vigas das portas da fortaleza junto ao templo, para o muro da cidade e para minha própria casa. Neemias, durante o seu tempo de oração, preparou um plano de ação que fosse grande, santo e audacioso, pois faria a reconstrução com a autorização e os recursos do império Persa através do rei Artaxerxes.
As cartas aos governadores e a Asafe, as quais o rei garantiu a Neemias, provavelmente incluíam a sua nomeação como governador de Judá, segundo a sua própria descrição – Neemias 5.14 Durante os doze anos em que fui governador de Judá, do vigésimo ano ao trigésimo segundo ano do reinado do rei Artaxerxes, nem eu nem meus oficiais cobramos o tributo de alimentação ao qual tínhamos direito. A emissão dessas cartas, com autorização para reconstruir Jerusalém e seus muros, demonstraram o agir de Deus visando cumprir o Seu plano eterno – Neemias 2.8b O rei atendeu a esses pedidos, pois a bondosa mão de Deus estava sobre mim. Essas cartas incluíam o decreto para "restaurar e construir Jerusalém" que daria início às setenta semanas dos anos proféticos – Daniel 9.24,25 Um período de setenta semanas de sete foi decretado ao seu povo e à sua cidade santa para dar fim à rebelião, acabar com o pecado, fazer expiação por sua culpa, trazer justiça eterna, confirmar a visão profética e ungir o lugar santíssimo. Agora ouça e entenda! Passarão sete semanas, mais sessenta e duas semanas desde que for dada a ordem para reconstruir Jerusalém até a chegada do governante, o Ungido. Apesar dos tempos difíceis, Jerusalém será reconstruída com ruas e fortes defesas. A cidade de Jerusalém, o Templo e a adoração a Deus necessitavam de restauração e renovação para que o Messias viesse. Isso precisava acontecer através de uma reforma de fé e vida baseada nas Escrituras, para enfatizar o poder da Palavra de Deus, e de um reavivamento baseado numa visitação da comunidade por parte de Deus, enfatizando o poder do Espírito de Deus, trazendo convicção, arrependimento, confissão, a conversão dos pecadores e a regeneração dos perdidos.
Da mesma forma como estamos aprendendo com Neemias, a crise pode nos mover e nos transformar ou pode nos levar ao desespero, de acordo como reagimos a ela. Diante da crise e da ansiedade que ela provoca, reagimos muitas vezes no modo sobrevivência, ou seja, respondemos com luta ou fuga. Mas, as reações de luta (sentir raiva) e de fuga (ignorar o que está acontecendo) nos impedem de agir sobre as oportunidades que o Senhor envia. Diante da crise da terra da promessa e do seu povo, Neemias pediu ao rei no céu e depois ao rei na terra, crendo que Deus responderia a oração de acordo com Suas promessas e de acordo com Sua vontade para fazer cumprir os Seus propósitos – Provérbios 21.1 O coração do rei é como canais de águas controlados pelo Senhor; ele os conduz para onde quer. Que a nossa vida, a nossa fé e a nossa adoração sejam renovadas pelo poder da Palavra de Deus e pela ação do Espírito Santo, trazendo as convicções necessárias para a nossa restauração. Que possamos buscar o rei no céu com plena confiança no seu agir, para que sejamos movidos e transformados para a glória do Senhor.